De Olho no Tour – Não deu zebra nem tubarão na África

A equipe do programa “De Olho no Tour” acaba de lançar o 37º episódio. Dessa vez o tema é o J-Bay Open, sexto evento do CT 2016 que terminou no último sábado com vitória do australiano Mick Fanning, a quarta dele no pico.
O título de Mick, a maneira de surfar do campeão e de outros surfistas na onda de Jeffreys Bay, as polêmicas de julgamento e a luta pelo título mundial são alguns dos temas do episódio apresentado por Carlos Matias que tem as análises de Marcelo Andrade e Marcelo Bôscoli.

Imagens: WSL.
Edição: Carlos Matias.

Surf nas Olimpíadas 2

O Comitê Organizador das Olimpíadas de Tóquio 2020 anunciou a lista final com as propostas de esportes a serem inclusos ao programa olímpico. As modalidades recomendadas foram: beisebol/softbol (contando como uma candidatura conjunta), surfe, skateboard, caratê e escalada. Os evento propostos adicionariam 474 atletas aos Jogos, dentro do limite de 500 competidores estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). No dia 02 de agosto vai ser oficializado a inclusão desses esportes na Olimpíadas de Tóquio.

Escrevi um artigo sobre o Surf nas Olimpíadas dando minha opinião sobre o assunto. Então vamos relembrar o artigo que fiz anteriormente:

“O surf nos Jogos Olímpicos é um sonho de muitos que eu não compartilho. Penso que para alcançarmos este patamar, temos que amadurecer muito.

Não temos uma FIFA, FIBA ou Federação Internacional de Voleibol, para termos uma regulamentação mundial do nosso esporte. A ISA, responsável por nossa regulamentação e filiada ao Comitê Olímpico Internacional, não tem força política e representatividade para tornar isso uma realidade mundial em pouco tempo.

Quantos países têm uma organização razoável, circuitos bem estruturados e entidades fortes? Sei que muitos vão dizer que em outros esportes muitos países também não têm essa estrutura, mas a diferença está nas regras do esporte, que são as mesmas para todos. No surf temos vários tipos de competições e regras, que se ajustam graças ao modelo seguido pela WSL, uma liga com fins lucrativos, que objetiva a evolução do seu trabalho e não a regulamentação do esporte a nível mundial.

Acredito que o surf pode se encaixar melhor em jogos radicais, como X GAMES, onde os esportes estão em níveis de evolução iguais ao nosso. Ainda, todos esses esportes têm similaridades do uso de pranchas e manobras parecidas, igualmente subjetivas, que dariam mais visibilidade e oportunidade de crescimento para o surf. O público alvo é o mesmo e os canais de comunicação também. Não precisamos ser mais um esporte no meio de tantos, com espectadores (e telespectadores) homogeneizados. Temos o diferencial das novas práticas esportivas radicais.

A pouca tradição de ondas em picos fora do eixo do surf, possíveis sedes olímpicas sem ondas e o pouco dinamismo do sistema de transmissão ao vivo para TVs também pesa.

Imagine um dia completamente colado no meio da janela dos Jogos Olímpicos. Ou o simples fato de a data dos jogos ser alterada por causa da época de ondas. O surf é nômade.”

Meu pensamento não mudou muito, mas com a cabeça mais aberta, e alguns novos fatos que surgiram, acredito que pode ser muito benéfico para o esporte fazer parte de algo tão grandioso como as Olimpíadas. Principalmente porque estou vendo que os formatos das competições estão ficando ultrapassados.  Produtos como o WQS, Mundial Pro Jr, ISA Games, Circuito Brasileiro de Surf, Brasileiro Amador, e outros, não atraem mais tantas pessoas. O WCT, e talvez o Circuito Mundial de Ondas Grandes, sejam os eventos com maior visibilidade, e interesse,  do público fissurado pelo esporte. Acho que o WCT teria que fazer alguns ajustes, mas isso é assunto para outra matéria.

As Olimpíadas podem ser uma forma de criar novos ídolos,  fomentando o esporte dentro de países que se destacarem na competição. A falta de circuitos nacionais, em todo o mundo, diminui muito a possibilidade de crescimento do esporte em várias nacionalidades. Os Jogos Olímpicos podem ser o caminho para isso acontecer. Seria a ordem inversa para ocorrer o desenvolvimento do esporte.

Quando fiz meu artigo a piscina do Kelly Slater não estava pronta. Ainda não tinha visto nada igual. O futuro do surf olímpico pode ser em ondas artificiais, principalmente nos países que não tem condições de fazer uma competição em ondas de razoáveis a boas. Seria uma forma da mídia televisiva abraçar de vez as transmissões do esporte. Teriam a certeza de ondas boas, e performances espetaculares, na hora combinada.

O futuro do surf nas Olimpíadas pode ser em piscinas com ondas artificiais.

O futuro do surf nas Olimpíadas pode ser em piscinas com ondas artificiais.

Acho que algo como as Olimpíadas de Inverno seria o ideal para o surf e as outras modalidades de prancha. Escolheriam um lugar com condições para todos os esportes radicais, e o foco seria esse. Mas como isso está fora de cogitação, e longe da nossa realidade, vamos comemorar o surf nas Olimpíadas. Afinal, o esporte vai passar para outro patamar.

 

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De Olho no Tour – J-Bay sem trauma

A sexta etapa do CT 2016 é o tema do 36º episódio do programa “De Olho no Tour”, que tem análises de Marcelo Andrade e Marcelo Boscoli, além de apresentação de Carlos Matias.

O retorno a África do Sul após o susto com o tubarão na final em 2015 foi certo? Como está a previsão das ondas? O que esperar da participação dos brasileiros e dos gringos? Confira o que os “Marcelos” falam sobre esses assuntos no novo episódio.

Imagens: WSL e RVCA.
Edição: Carlos Matias.
Música: Pennywise – As Long As We Can.